Hoje tornei-me no ser que ninguém vê
No ser que não sente
No ser mais irracional aos olhos de todos
No entanto sinto-me livre
Sem dor, sem mágoa
Sem felicidade, nem tristeza
Hoje sou puro como no dia em que nasci
Hoje sou ingénuo, no entanto ardiloso
A invisibilidade é algo bom
Mas um penitência que temos de cumprir
Pois traz solidão como companheira
Sem ninguém nos ver, sentimo-nos sós
Todos sonham em ser invisíveis
Mas ninguém compreende que é um fardo enorme
Que carregamos quando a ganhamos
E com o tempo a solidão mata
Assim como mata a invisibilidade